JULIANO GARCIA PESSANHA
( BRASIL - SÃO PAULO )
Juliano Garcia Pessanha é graduado em filosofia pela Universidade de São Paulo (1986), mestre em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2009) e doutor em Filosofia na Universidade de São Paulo (2017).
Autor de Recusa do não-lugar (Ubu- 2018), da trilogia Sabedoria do nunca (1999), Ignorância do sempre (2000) e Certeza do agora (2002), também publicou Instabilidade perpétua (2009), todos reunidos em nova edição sob o título Testemunho transiente (Cosac Naify, 2015), vencedor do Prêmio APCA, Grande Prêmio da Crítica, categoria Literatura.
É pesquisador no grupo de pesquisa Filosofia e práticas psicoterápicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), liderado por Zeljko Loparic, com certificação do CNPq.
São suas áreas de interesse a filosofia contemporânea (Nietzsche, Heidegger e Sloterdijk) e as relações entre filosofia e literatura (Kafka, Musil, Gombrowicz, Blanchot e Cioran).
É professor da pós-graduação em Formação de Escritores do Instituto Superior de Educação Vera Cruz. Dirige grupos de estudo de filosofia desde 1998.
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BABEL Poética. Ano I no. 1 –Tradução e Crítica. Novembro/De2020. Belo Horizonte – Minas Gerais. 64 p.
ISSN 1518-4005. Ex. biblioteca de Antonio Miranda
BABEL Revista de Poesia, Ano 1 - Número 2 - Janeiro a
Dezembro de 2003. Editor Ademir Demarchi. Santos, São Paulo. ISBN No. 1528-4005 Ex. biblioteca de Antonio Miranda
CORPO-EM-CHEGADA (BORACEIA)
Para meu primo, Alberto Bonanomi
Eu morava numa catacumba branca que era um
hotel de Nova Iorque. Pela janela via passarem
esquifes velozes, prateados e blindados. A mulher
comigo era um cubo-de-espelhos. A falar fabricava
névoa e névoa e seu sexo era um videotape.
Quando a quarta sinusite começou a martelar as
minhas têmporas (acompanhada de uma secreção
esverdeada) fugi até um litoral esquecido e rolei na
areia de uma praia imensa. Arrastado por ondas
e correntezas, bolei horas olhando as estrelas
nascerem. Ao sair do mar, vigiado por um surfista
pasmo, o ferrão de uma abelha inaugurou o meu corpo
— doravante ele tinha um lugar e uma casa.
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Página ampliada e republicada em fevereiro de 2024.
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Página publicada em fevereiro de 2024
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